quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Da Leitura contrario sensu da Idéia de bem supremo de Platão e Aristóteles

A presente análise tem como objetivo percorrer as teses elaboradas por Platão e Aristóteles acerca do "bem supremo", e a partir da realização de uma leitura contrario sensu chegar a noção do " mal supremo" e universal.

Ambos os filósofos buscaram definir o bem supremo, porém de formas e maneiras antagônicas.

Schaerer, estudioso da obra platônica, define muito bem a teoria deste mestre. Para ele o bem é irredutível a toda definição, porque ele trancende o ser.

Analisando este objeto à luz da perspectiva hipotético-platônica , encontramos o ápice da metafísica (bem) e da teodicéia (o Bem Supremo), Platão considerava o bem de forma relativa, e portanto acreditava que não seria possível encontrar o bem absoluto, não é posssível atingir o absoluto pelo relativo. No entanto, ainda assim, buscava incessantemente pelo bem supremo.

Da mesma maneira, é possível ver o mal. Uma concepção relativa, cuja qualificação e caracterização está sujeita ao nossos conhecimentos e experências éticas e políticas, que variam de cidadão para cidadão. E também, da mesma forma que o bem, o mal supremo não pode ser explicado, entretanto ao contrário desse, o mesmo deveria ser evitado.

Já a teoria da redução empírico-aristotélica, tem seu ápice no realismo (o bem e o ser) e no materialismo (prática do bem) . Aristóteles, ao contrário de Platão, acreditava que de nada valeria saber o que é o bem em sí, ou transcendente, ou real, ou imutável, se não fosse possível atingí-lo. Para ele, o " bem" é intínseco à ação do homem. Não acreditava na contemplação do "Bem supremo".

Ora, a partir da leitura contrario sensu de Aristóteles, é fácil perceber que da mesma forma que o bem, o mal é intrínseco à ação humana, é parte da dualidade e complexidade do nosso ser.

A partir disso, concluímos que tanto o bem quanto o mal permeiam a vida e a essência humana. A busca pelo bem supremo está intimamente ligada à ética, à cultura e moral da sociedade, assim como a busca pela explicação do mal supremo e da sua origem, ao qual procuramos afastar e extirpar de nós mesmos e da nossa sociedade.

2 comentários:

  1. Muito interessante o blog, Bel, mesmo porque todas essas questoes desenterradas da filosofia sao essenciais a formacao do pensamento humano, especialmente no que diz respeito a conceitos dicotomicos como "bem" e "mal".

    bjx

    Roy

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  2. SENDO INERENTES AO SER HUMANO, TANTO O BEM QUANTO O MAL DEVERÁ COMPOR O INCONSCIENTE DE CADA INDIVÍDUO, MAS, CONSIDERANDO QUE, NINGUÉM É IGUAL A NINGUÉM PODEMOS INFERIR QUE NAS PESSOAS PODE EXISTIR UM PERCENTUAL DO BEM DISTINTO DO PERCENTUAL DO MAL. BASEADO NISTO, PRECISAMOS NOS CONHECER MUITO BEM, AO PONTO DE DISCERNIRMOS QUAL A PARTE DO MAU QUE EXISTE EM CADA UM DE NÓS E TENTAR CONVERTÊ-LA EM BEM. TAREFA COMPLICADA, POIS O QUE PODE SER UM BEM PARA UM PODE SER UM MAL PARA O OUTRO. OUTRO FATO É QUE O MAL NÃO EXISTIRIA SEM O BEM E VICE-VERSA. ONDE ESTARÁ O EQUILÍBRIO DESTAS FORÇAS? SERÁ QUE BUSCAR O EQUILÍBRIO SERIA O IDEAL? PENSO QUE SE ASSIM FOR, TEREMOS QUE CONVIVER TANTO COM O MAL QUANTO COM O BEM. SÓ NÃO PODEMOS É NOS CONFORMAR COM ESTA SITUAÇÃO E TENTARMOS SEMPRE FAZER O BEM A SI E AO SEU PRÓXIMO A FIM DE OBTERMOS UMA CONSCIÊNCIA TRANQUILA.

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Um terrorista sequestra 20 pessoas em um shopping e as esconde dentro de uma sala. Nesta sala os reféns encontram-se amarrados à explosivos de grande capacidade destrutiva. Os agentes policiais recebendo o chamado prontamente se dirigem ao shopping. Ao chegar ao local estabelecem contato com o terrorista, que demanda várias exigências a serem cumpridas para a liberação dos reféns vivos, entretanto em nenhum momento conseguem ver quem está ao telefone. O comandante da operação dada a situação de grande perigo decide ordenar a invasão e acaba por prender um rapaz com as mesmas características que foram apresentadas na ligação anônima denunciando o delito, entretanto não encontram os reféns. Posteriormente a captura, começam então os policiais a perguntar ao rapaz aonde estavam os reféns. Nenhuma resposta é encontrada, uma vez que o rapaz recusava a dar as informações, sob a alegação de que não era o terrorista e portanto não sabia a localização do cativeiro. O comandante diante das alegações do jovem tenta estabelecer contato com o telefone, o qual antes o terrorista vinha utilizando, mas a ligação não é atendida. Tendo em vista o prazo estabelecido pelo terrorista, a situação começa a se agravar diante da iminente explosão caso não sejam encontrados os reféns. O Comandante nesse momento se depara com um dilema moral, filosófico e legal:

Deve torturar o rapaz em busca das informações abandonando assim o respeito à dignidade humana, sobrepondo o comunitarismo em face do liberalismo, ou até mesmo praticando um ato ilegal, que resultará na salvação de muitas outras vidas? O que você faria?

Em que momento um ser humano realizou o ato mais cruel?

Qual é o pior dos sete pecados capitais?

Qual sua opinião a respeito da legalização do uso de drogas?