domingo, 27 de setembro de 2009

Freud explica?

Em filosofia, o desejo é uma tensão em direção a um fim considerado pela pessoa que deseja como uma fonte de satisfação. É uma tendência algumas vezes consciente, outras vezes inconsciente ou reprimida. Lascivia pode ser caracterizado como um comportamento desregrado com relação aos prazeres do sexo. Já a libido (do latim, significando "desejo" ou "anseio") é caracterizada como a energia aproveitável para os instintos da vida. De acordo com Freud, o ser humano apresenta uma fonte de energia separada para cada um dos instintos gerais.
As regras que regem a sociedade e os impulsos humanos sempre foram conflituosos. Nossos impulsos, muitas vezes irracionais podem determinar nossos pensamentos, ações, sonhos e são capazes de fazer aflorar no ser humano várias das suas necessidades básicas que foram reprimidas, como o instinto sexual. Já Santo Agostinho foi o primeiro a distinguir três tipos de desejos, que podem também estarem reprimidos : a libido sciendi, desejo de conhecimento, a libido sentiendi, desejo sensual em sentido mais amplo, e a libido dominendi, desejo de dominar.
Perante essa exposição podemos passar para a verificação da relação entre esses desejos e o “mal” que aterrorizou e aterroriza a humanidade. O “mal” ,dessa forma, sempre está correlacionado com o desejo de um ser humano, seja ele material, sexual, ou sobre qualquer outra manifestação. O que leva um indivíduo como Adolf Hitler a exterminar 6 milhões de pessoas nada mais é que um desejo de ser soberano, de se glorificar a “suposta” raça pura ariana. O que leva um homicida a matar, nada mais é que um desejo, que pode ter sido reprimido em sua infância, e que só dessa forma conseguiu se livrar ou satisfaze-lo. O que leva um indivíduo a praticar a pedosexualidade ( também conhecida como pedofilia), nada mais é que um desejo sexual reprimido causado por um desvio mental no qual se busca a satisfação de sua lascívia por meios censurados pela sociedade.
Até na Mitologia podemos ver um exemplo em que o desejo de um homem causou uma das mais homéricas guerras, a Guerra de Tróia. Nessa guerra, Menelau, esposo traido de Helena, à qual fugiu com Páris para a cidade de Troia, mobilizou centenas de naus numa guerra que matou e escravizou milhares de pessoas, para recuperar a sua esposa Helena. Tudo isso pelo desejo manifestado de Páris por uma mulher que não lhe pertencia, traindo assim o desejo de Menelau de manter a sua esposa ao seu lado.
Desde os primórdios da civilização o homem quis ter ou ser o que o outro tem ou é, seja no campo afetivo quanto material. Estabeleceu relações de poder, daí as formações das guerras, das traições e outras manifestações que põem em risco a estabilidade tão almejada entre as pessoas. A religião e moral da sociedade também ajudam nesse processo de fazer os desejos reprimidos virem à tona. Muitas atitudes censuradas, seja pela religião , seja pela moral da sociedade, podem ser desmascaradas ao se depararem com situações fáticas que exijam de nós um comportamento segundo essas regras, e quem deixa o desejo falar mais alto e vai contra esse sistema politicamente correto, pode acabar tendo atitudes não esperadas pela sociedade, tornando-se um homicida, um estuprador ou qualquer outro ser humano desvirtuado por um desejo que sempre esteve reprimido, mas que de alguma forma conseguiu se manifestar da pior maneira possivel.
Concluindo, afirmo que o mal na humanidade é o desejo, que de forma reprimida e mal intencionada pode causar danos irreparáveis e desastrosos à toda sociedade
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2 comentários:

  1. Se "Desde os primórdios da civilização o homem quis ter ou ser o que o outro tem ou é, seja no campo afetivo quanto material" e, a inveja é um sentimento que gera o desejo de ter exatamente o que a outra pessoa tem (tanto coisas materias como qualidades inerentes ao ser)e de tirar essa mesma coisa da pessoa, fazendo com que ela fique sem, o "grande problema da humanidade", tendo em vista o texto escrito, não seria a inveja? Afinal o desejo não existe por si só, ele estaria atrelado à ela.

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  2. Em primeiro lugar, Parabéns! Muito providencial o tema abordado pelo texto. Para os desejos reprimidos pela moral na sociedade, alguns estudos científicos já tentam demostrar suas origens no ser humano. Para a pedofilia, tema extremamente atual, estudos mostram que, em alguns casos que caracterizam enfermidade, a causa pode ter origem em situações traumáticas sofridas pelos pedófilos durante a infância e/ou adolescência, ou seja, algum "mal" que acometeu o "criminoso" no passado pode influenciar suas atitudes no presente. Alguns "pedófilos" pedem socorro para se livrarem do " mal", a "pedofilia". É preciso avaliar caso a caso, pois cada um tem sua particularidade. O comentário aqui desenvolvido, não tem pretensão de fazer defesa de niguém, nem é ponto de vista, pois não tenho base científica suficiente para tecer juizos de valor, são apenas observações obtidas através da mídia de modo geral, das quais sou um mero transmissor. Penso que estas observações possam ser úteis para possíveis reflexões sobre o tema, a "pedofilia". É preciso, sobremaneira, proteger nossas crianças e adolescentes!!!

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Um terrorista sequestra 20 pessoas em um shopping e as esconde dentro de uma sala. Nesta sala os reféns encontram-se amarrados à explosivos de grande capacidade destrutiva. Os agentes policiais recebendo o chamado prontamente se dirigem ao shopping. Ao chegar ao local estabelecem contato com o terrorista, que demanda várias exigências a serem cumpridas para a liberação dos reféns vivos, entretanto em nenhum momento conseguem ver quem está ao telefone. O comandante da operação dada a situação de grande perigo decide ordenar a invasão e acaba por prender um rapaz com as mesmas características que foram apresentadas na ligação anônima denunciando o delito, entretanto não encontram os reféns. Posteriormente a captura, começam então os policiais a perguntar ao rapaz aonde estavam os reféns. Nenhuma resposta é encontrada, uma vez que o rapaz recusava a dar as informações, sob a alegação de que não era o terrorista e portanto não sabia a localização do cativeiro. O comandante diante das alegações do jovem tenta estabelecer contato com o telefone, o qual antes o terrorista vinha utilizando, mas a ligação não é atendida. Tendo em vista o prazo estabelecido pelo terrorista, a situação começa a se agravar diante da iminente explosão caso não sejam encontrados os reféns. O Comandante nesse momento se depara com um dilema moral, filosófico e legal:

Deve torturar o rapaz em busca das informações abandonando assim o respeito à dignidade humana, sobrepondo o comunitarismo em face do liberalismo, ou até mesmo praticando um ato ilegal, que resultará na salvação de muitas outras vidas? O que você faria?

Em que momento um ser humano realizou o ato mais cruel?

Qual é o pior dos sete pecados capitais?

Qual sua opinião a respeito da legalização do uso de drogas?