segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Deus e a origem do mal

"Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o SENHOR, faço todas estas coisas" (Is 45.7)

O ser humano tem a natureza de sempre procurar um culpado e responsabilizá-lo pelas coisas "ruins" que ocorrem ao longo de nossa existência, e tal fato não é diferente quando se debate acerca da origem do mal na nossa sociedade.
O versículo que introduz este texto demonstra claramente que o Senhor reclama ser o criador de todas as coisas, inclusive do mal. Diante disto, nos vemos em uma situação complicada. Devemos atribuir o surgimento do mal a Deus, o criador do universo e a representação máxima do bem? Ou ao homem, um ser falho e cheio de desejos mundanos? Aliás, o que é o mal? São alguns dos questionamentos que procurei debater nesta exposição.
O ser humano, ao ser criado por Deus, recebeu uma qualidade denominada livre arbítrio. Contudo, tal liberdade, uma qualidade positiva, fez surgir os excessos, e tais excessos trouxeram o mal ao Universo. Ou seja, numa análise objetiva, podemos afirmar que o mal surgiu, indiretamente, pelo mau uso do poder bom do livre arbítrio. Sendo assim, Deus é responsável por fazer o mal tornar-se possível, mas as criaturas são as responsáveis por torná-lo real.
Os crentes (e aqui uso o termo crente para aqueles que crêem em Deus) não devem concordar que Deus não criou todas as coisas, pois estariam negando sua soberania. Entretanto, ao admitir que Ele é o responsável pela existência de todas as coisas, e ao admitir o mal como parte dessas coisas, reconhecemos, então, que Deus causou o mal. Entretanto, afirmam os crentes que o mal não é uma coisa ou substância, mas uma a privação do bem ou de alguma coisa boa criada por Deus, ou seja, não é algo por si só, vem sempre acompanhado por outra coisa.
Todos os dias Deus nos dá a oportunidade de escolhermos qual caminho seguir. Nos é dado a escolha de fazermos o bem, ou negá-lo e, consequentemente, praticar o mal. Diariamente nossos princípios cristãos são bombardeados por diversas possibilidades de tirar proveito de algo, tomar alguma atitude errada, ou até mesmo de permitirmos que alguém próximo a nós pratique o mal.E aí está a intervenção divina. Ele quer que façamos as melhores escolhas todos os dias, quer que aprendamos que existem limites. O bem maior não seria alcançado se não tivéssemos a opção de praticar o mal, pois não exigiria nenhum sacrifício. Por todo o exposto, concluo que Deus quer que suas criaturas resistam às chances que lhes são dadas para praticar o mal, e, utilizando-se da liberdade que lhes foi concedida, escolham o bem por livre e espontânea vontade.

Um comentário:

Um terrorista sequestra 20 pessoas em um shopping e as esconde dentro de uma sala. Nesta sala os reféns encontram-se amarrados à explosivos de grande capacidade destrutiva. Os agentes policiais recebendo o chamado prontamente se dirigem ao shopping. Ao chegar ao local estabelecem contato com o terrorista, que demanda várias exigências a serem cumpridas para a liberação dos reféns vivos, entretanto em nenhum momento conseguem ver quem está ao telefone. O comandante da operação dada a situação de grande perigo decide ordenar a invasão e acaba por prender um rapaz com as mesmas características que foram apresentadas na ligação anônima denunciando o delito, entretanto não encontram os reféns. Posteriormente a captura, começam então os policiais a perguntar ao rapaz aonde estavam os reféns. Nenhuma resposta é encontrada, uma vez que o rapaz recusava a dar as informações, sob a alegação de que não era o terrorista e portanto não sabia a localização do cativeiro. O comandante diante das alegações do jovem tenta estabelecer contato com o telefone, o qual antes o terrorista vinha utilizando, mas a ligação não é atendida. Tendo em vista o prazo estabelecido pelo terrorista, a situação começa a se agravar diante da iminente explosão caso não sejam encontrados os reféns. O Comandante nesse momento se depara com um dilema moral, filosófico e legal:

Deve torturar o rapaz em busca das informações abandonando assim o respeito à dignidade humana, sobrepondo o comunitarismo em face do liberalismo, ou até mesmo praticando um ato ilegal, que resultará na salvação de muitas outras vidas? O que você faria?

Em que momento um ser humano realizou o ato mais cruel?

Qual é o pior dos sete pecados capitais?

Qual sua opinião a respeito da legalização do uso de drogas?