sábado, 21 de novembro de 2009

O MAL DA IGNORÂNCIA

Quem já não ouviu a famosa frase “só sei que nada sei” dita por Sócrates, famoso filósofo da filosofia clássica. Engana-se quem entende essa frase de forma literal, como se o filósofo quisesse dizer que desconhece tudo e que o conhecimento é inalcançável, pelo contrário, Sócrates nos aparece como alguém que busca o conhecimento, alguém que questiona os supostos sábios sem se considerar sábio ele mesmo. Para ele o conhecimento é algo que nunca podemos alcançar em sua totalidade, mas a sua busca é fundamental na vida humana.

Entretanto, o que vemos atualmente é um assustador quadro em que as pessoas não conseguem responder perguntas simples como: 2+2 é igual a 2x2? Evidentemente as justificativas são muitas em uma sociedade imediatista em que não temos tempo para procurar respostas para nossas curiosidades básicas, deixando sempre para amanhã questões que não são fundamentais para o dia a dia que consome cada um de nós.

O Iluminismo, movimento que teve sua origem no século XVIII, proliferou a exaltação da razão como instrumento para atingir o conhecimento. Acreditava-se que a razão podia conhecer tudo e que ela iria produzir a libertação do homem. Assim, a idéia dos iluministas pode ser metaforizada como se a nossa mente fosse um sótão escuro habitado por fantasmas, que vivem nos dizendo como devemos agir, e a única forma de espantar esses fantasmas é iluminar todos os cantos do sótão por meio da razão.
A própria filosofia possui a etimologia conectada ao conhecimento, Filos é traduzido como amigo e Sofia como sabedoria. Logo, entende-se que a própria filosofia é a busca do conhecimento através de uma produção intelectual do próprio homem.

Em Eutidemo, Platão conceitua a filosofia como “o uso do saber em proveito do homem, o que implica, 1º, posse de um conhecimento que seja o mais amplo e mais válido possível, e, 2º, o uso desse conhecimento em benefício do homem”. Já Immanuel Kant conceitua a filosofia como ciência da relação do conhecimento finalidade essencial da razão humana, que é a felicidade universal; portanto, a Filosofia relaciona tudo com a sabedoria, mas através da ciência.
Nesta lógica, evidencia-se que para vários filósofos a sabedoria é a forma de exaltação do homem e é como ele busca a sua liberdade. Se não temos conhecimento somos engolidos pelo senso comum, e a consequência é que nossas ações serão determinadas pelo juízo de valor imposto pela maioria.

Mas o que estamos perdendo com a emersão na ignorância?

No âmbito das leis está pergunta pode ser facilmente respondida. De acordo com Immanuel Kant as leis, para serem válidas, devem ser construidas pela nossa razão, através de um processo intelectual, e está, para ser válida, deve ser amparada por uma moralidade universal. Entretanto, atualmente as leis são construidas por poucas pessoas, que na maioria estão mais preocupados com sua vida e convicções privadas do que com a vontade daqueles que o elegeram. Neste sentido, se observa que as leis tem uma natureza de imposição e não de construção coletiva o que não proporciona uma identificação das normas com a razão popular.

Devido a este quadro se pergunta: Por quê temos a mânia de sempre estar a margem da política, insistindo na ignorância sobre os atos do poder? A única certeza é que devido a este desconhecimento generalizado proporcionamos um quadro propício à corrupção e a imperícia, o que retarda a evolução do nosso país.

Por este motivo, não podemos esquecer que as leis irão nortear a vida de todos os indivíduos submetidos a soberania deste Estado, e que as normas são produzidas por pelos governantes que representam o poder do povo, sendo assim, submetidos a vontade popular. Entretanto, a única forma de garantir a influência popular é através do voto consciente, da fiscalização e do bom senso.



5 comentários:

  1. Bastante contundente e realista, vivemos em uma sociedade na qual a maioria das pessoas, principalmente os políticos, só pensam em si, se esquecem que uma sociedade democrática só pode existir com a efetiva participação de todos em busca do bem comum.

    Ideologicamente "impossível"??!!.

    Dificuldades para se obter uma sociedade ideal sempre existirá, o importante é tomarmos consciência disto e cada um dar a sua contribuição para, pelo menos chegarmos próximos desta Sociedade Democrática, Justa e Igualitária.

    Sobre os vídeos, impressionante, engraçado, é a realidade. Parabéns!

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  2. A gente colhe oq planta
    Quer ser ignorante? Alienado? Politica é chato??
    Vai ser feito de troxa o resto da vida então.
    A pior preguiça definitivamente é a preguiça de pensar.

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  3. Muito legal o artigo.
    Realmente é um assunto importante a ser discutido..afinal de contas as boas mudanças só nascem a partir de idéias conscientes e que visem, principalmente,na atual "democracia" em que vivemos, ao bem da sociedade como um todo.
    Adorei os vídeos. Muito engraçados..e tristes ao mesmo tempo!

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  4. A pior coisa de um indivíduo, é a ignorância, é aquele que se opõe a razão, é injusto com tudo e com todos, não tem disciplina no querer aprender mais do que já sabe, é um desordenado mental, desconhece as leis de DEUS, se livra do bem de DEUS e do mal dos homens, só acha que ele é o certo naquilo que ele escolheu como verdade, não aceita do assunto inédito a síntese de uma verdade desconhecida nas culturas clandestinas diante da verdade de DEUS. Contudo, vivencia a mesmice das coisas velhas, e empoeiradas, que vem desde os primórdios tempos, cantadas e decantadas pelos criadores de opiniões, que até hoje ainda não deslumbraram a verdadeira VERDADE DE DEUS... (Edvaldo).

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  5. A pior coisa de um indivíduo, é a ignorância, é aquele que se opõe a razão, é injusto com tudo e com todos, não tem disciplina no querer aprender mais do que já sabe, é um desordenado mental, desconhece as leis de DEUS, se livra do bem de DEUS e do mal dos homens, só acha que ele é o certo naquilo que ele escolheu como verdade, não aceita do assunto inédito a síntese de uma verdade desconhecida nas culturas clandestinas diante da verdade de DEUS. Contudo, vivencia a mesmice das coisas velhas, e empoeiradas, que vem desde os primórdios tempos, cantadas e decantadas pelos criadores de opiniões, que até hoje ainda não deslumbraram a verdadeira VERDADE DE DEUS... (Edvaldo).

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Um terrorista sequestra 20 pessoas em um shopping e as esconde dentro de uma sala. Nesta sala os reféns encontram-se amarrados à explosivos de grande capacidade destrutiva. Os agentes policiais recebendo o chamado prontamente se dirigem ao shopping. Ao chegar ao local estabelecem contato com o terrorista, que demanda várias exigências a serem cumpridas para a liberação dos reféns vivos, entretanto em nenhum momento conseguem ver quem está ao telefone. O comandante da operação dada a situação de grande perigo decide ordenar a invasão e acaba por prender um rapaz com as mesmas características que foram apresentadas na ligação anônima denunciando o delito, entretanto não encontram os reféns. Posteriormente a captura, começam então os policiais a perguntar ao rapaz aonde estavam os reféns. Nenhuma resposta é encontrada, uma vez que o rapaz recusava a dar as informações, sob a alegação de que não era o terrorista e portanto não sabia a localização do cativeiro. O comandante diante das alegações do jovem tenta estabelecer contato com o telefone, o qual antes o terrorista vinha utilizando, mas a ligação não é atendida. Tendo em vista o prazo estabelecido pelo terrorista, a situação começa a se agravar diante da iminente explosão caso não sejam encontrados os reféns. O Comandante nesse momento se depara com um dilema moral, filosófico e legal:

Deve torturar o rapaz em busca das informações abandonando assim o respeito à dignidade humana, sobrepondo o comunitarismo em face do liberalismo, ou até mesmo praticando um ato ilegal, que resultará na salvação de muitas outras vidas? O que você faria?

Em que momento um ser humano realizou o ato mais cruel?

Qual é o pior dos sete pecados capitais?

Qual sua opinião a respeito da legalização do uso de drogas?