sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A RELIGIÃO USADA PARA COMBATER O MAL

Diante da análise e da leitura atenta de vários textos anteriores, vislumbra-se que muitos são os males presentes na realidade em que vive a humanidade. Sendo assin, vale procurarmos uma maneira de combatê-los, ou pelo menos, tentar torná-los menos frequentes em nosso dia-a-dia.

Não é surpresa dizer que a maioria da população busca refúgio de seus medos e dos acontecimentos malígnos em uma das diversas religiões existente no mundo.

Como disse o professor Jorge Hessen: "A maldade dos homens sempre inquietou os pensadores dos mais diversos campos do saber e da ação humana: filosofia, ciência, arte, religião. A exemplo de Hanna Arendt, filósofa judia, que estudou as questões do mal e suas teses estão ínsitas no livro Eichmann em Jerusalém, que analisa o julgamento do verdugo nazista, mentor da morte de milhares de pessoas. Tendo como referencial o caso Eichmann, Hanna Arendt justifica que o mal pode tornar-se banal e difundir-se pela sociedade como um fungo, porém apenas em sua superfície. Para ela as raízes do mal não estão definitivamente instaladas no coração do homem e por não conseguirem penetrá-lo profundamente a ponto de fazer nele morada, podem ser extirpadas.

Para muitos o mal seria mais forte que o Bem, e que os Espíritos do mal estariam conseguindo derrotar os Benfeitores espirituais, frustrando-Lhes os desígnios superiores. Em que pese a antiga tradição de tais conceitos, são insustentáveis e falsos, diríamos mesmo, absurdos. O mal não é criação do Todo-Poderoso como imaginam algumas pessoas, especialmente aquelas que vivem distanciadas do entendimento evangélico. O mal é transitório, não tem raízes, o bem é permanente. O mal definha à medida que o bem se estabelece.

A humanidade vem nos últimos anos passando por transformações preocupantes. A influência da matéria sobre a vida social cresce incessantemente.Vivenciamos instantes em que se aguça o individualismo enodoando o tecido social, e nos vendavais da tecnologia somos remetidos aos acirramentos das desigualdades e isolamentos, estabelecendo-se níveis de conforto e exclusão sociais nunca antes experimentados. Atualmente, consegue-se a compra pela Internet, assiste-se ao filme no shopping, trafega-se pelas avenidas em veículos luxuosos. Vive-se sem convivência fraterna, numa doentia soledade a despeito de um mundo superpovoado de encarnados. Em que pese para os mais otimistas a convicção do alvorecer da Nova Era espiritual que vem chegando, ocupando espaço, no contexto dos avanços da ciência que impulsiona a massa humana para a conquista da paz. E ante os paradoxos acredita-se na existência do elo entre a fé e a razão, entre a ciência e a religião, entre verdade física e verdade metafísica, em que o instinto cede em face da razão, e a sábia consciência direciona os sentimentos sublimes de amor, justiça e caridade.

O mal não é invencível, pelo contrário. O homem possui na sua natureza a flama do bem. Somente quando se distancia da sua origem divina é que se compraz com o mal. Para se livrar das ações negativas dos malfeitores espirituais, basta sintonizar-se com seu lado superior buscando fazer o bem aos outros: em pensamentos, palavras e ações.

Allan Kardec registra em Obras Póstumas "Deus não criou o mal; foi o homem que o produziu pelo abuso que fez dos dons de Deus, em virtude de seu livre arbítrio." Diante da banalização do mal, conforme anota Arendt, que se espalha pelo mundo dos homens, resta-nos individual e coletivamente nos lançarmos ao bom combate, conforme o Apóstolo dos gentios, que é constante, exigindo-nos disciplina e perseverança.

Para que possamos vislumbrar um mundo sem angústias e nem problemas sociais, livres das misérias econômicas e políticas, apelemos para o amor incondicional, que possui os recursos eficazes para a conciliação, o perdão, a transformação moral, fomentando o bem para o progresso o que concorre para enriquecer nossa sensibilidade, aprimorar nosso caráter, fazer que se nos desabrochem novas faculdades, o que vale dizer, se dilatem nossos gozos e aumente nossa felicidade."

Por fim, independente de qual religião seguimos, se somos capazes de praticar tanto mal, somos então, naturalmente, dotados da mesma força para combater essas atitudes. Para isso, basta que mudemos de objetivos e passemos a focar no todo, no bem comum e na felicidade coletiva, a fim de possamos viver em um mundo mais unido e mais pacífico.

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Um terrorista sequestra 20 pessoas em um shopping e as esconde dentro de uma sala. Nesta sala os reféns encontram-se amarrados à explosivos de grande capacidade destrutiva. Os agentes policiais recebendo o chamado prontamente se dirigem ao shopping. Ao chegar ao local estabelecem contato com o terrorista, que demanda várias exigências a serem cumpridas para a liberação dos reféns vivos, entretanto em nenhum momento conseguem ver quem está ao telefone. O comandante da operação dada a situação de grande perigo decide ordenar a invasão e acaba por prender um rapaz com as mesmas características que foram apresentadas na ligação anônima denunciando o delito, entretanto não encontram os reféns. Posteriormente a captura, começam então os policiais a perguntar ao rapaz aonde estavam os reféns. Nenhuma resposta é encontrada, uma vez que o rapaz recusava a dar as informações, sob a alegação de que não era o terrorista e portanto não sabia a localização do cativeiro. O comandante diante das alegações do jovem tenta estabelecer contato com o telefone, o qual antes o terrorista vinha utilizando, mas a ligação não é atendida. Tendo em vista o prazo estabelecido pelo terrorista, a situação começa a se agravar diante da iminente explosão caso não sejam encontrados os reféns. O Comandante nesse momento se depara com um dilema moral, filosófico e legal:

Deve torturar o rapaz em busca das informações abandonando assim o respeito à dignidade humana, sobrepondo o comunitarismo em face do liberalismo, ou até mesmo praticando um ato ilegal, que resultará na salvação de muitas outras vidas? O que você faria?

Em que momento um ser humano realizou o ato mais cruel?

Qual é o pior dos sete pecados capitais?

Qual sua opinião a respeito da legalização do uso de drogas?