Ao ler alguns textos postados pelo professor Marcelo Galuppo em seu blog, meu pensamento se tornou preso em um mal da atualidade, bem conhecido por todos nós, principalmente adolescentes e jovens. A tecnologia será um bem ou um mal? Eu poderia dizer que é possível ser os dois. A mesma tecnologia que nos trás avanços cada dia mais surpreendentes, como a cura para doenças, conhecer lugares antes jamais imaginados, ganhar uma praticidade imensa ao não precisar sair de casa para pagar uma conta, ou para levar uma carta no correio, dentre outros benefícios, também nos revela problemas, como a produção de armas de destruição em massa, a indução da pessoa a consumir cada vez mais, a trocar seu celular a cada novo lançamento, a sempre querer mais e mais.
Avanços que nos revelam uma sociedade cada dia mais consumista, que se preocupa mais com o que as pessoas tem, do que com o que elas são. Uma sociedade que nos revela cada dia mais individualista e conseqüentemente menos comunitarista.
A cidadania e a democracia partem do princípio de que todos têm os mesmos direitos na vida em sociedade. Mas, na prática, os que têm mais dinheiro acabam tendo mais direitos que outros. A cultura do consumo nasce e se estabelece sobre os ideais da liberdade individual de escolha, o que gera uma equação complicada do ponto de vista da política e da cidadania, uma vez que a liberdade de escolha é maior, no capitalismo, para quem tem mais dinheiro. Então, quanto mais se acentua a liberdade individual do consumidor, mais a vida pública se debilita.
São desses problemas que derivam as diferenças mais gritantes na sociedade, as diferenças de classes. Quantos jovens entraram no mundo do crime movidos pela vontade de possuir aquilo que não tinham como possuir? Quantas pessoas passam fome e vivem nas ruas a pedir esmolas, enquanto outras simplesmente se preocupam apenas em gastar seu dinheiro, possuir isso e aquilo, sem nem sequer notar o mundo a sua volta? Somos regulados por um sistema social falho, sendo assim, como poderíamos ser uma sociedade sem falhas?
Uma sociedade que prega o consumo, o prazer, desvaloriza o que é o ser humano na sua mais pura essência. Ela ensinou às pessoas de uma geração que elas não tinham a menor possibilidade de alcançar a transcendência, porque a transcendência era ter. E essas pessoas não tinham, o que elas tinham era pouco.
Esses avanços tecnológicos, esse consumismo exacerbado, faz com que precisemos cada vez mais de um direito eficaz, de um sistema bem desenvolvido, onde a pessoa passe a ser reconhecida pelas qualidades, habilidades e conhecimento que possui, um sistema em que a educação seja mais valorizada e os professores sejam respeitados
Creio que a tecnologia nos trás realmente milhões de avanços e que depois de conhecê-la e experimentá-la jamais conseguiremos viver sem ela, ou será que nos acostumamos com o pensamento de que não conseguimos viver sem ela? Mas essa tecnologia pode servir como forma de levar conhecimento a aqueles que estão mais desprovidos de meios para este, e ajudar na criação de um sistema social menos falho, de um direito mais justo, que contribua para o crescimento de todos e não para uma pequena parcela da população, um direito que evolua conjuntamente com as descobertas da sociedade.
Enfim, depois de ler as postagens O mundo do homo zappiens é plano, As coisas urgentes e as coisas importantes, A função da educação é transformar vidas, dentre outras de autoria do professor Marcelo Galuppo em seu blog, fiquei com a seguinte pergunta na cabeça: Será que tenho consciência do que realmente seja “mal” ? E você será que tem?
Blog do Professor Marcelo Galuppo: http://www.marcelogaluppo.com
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