domingo, 1 de novembro de 2009

O mal e o Direito

Ao analisar a história do homem, buscando como objeto principal a evolução de legislações, é perceptível a presença de movimentos de contra-cultura, revoluções, que tornaram possíveis tais mudanças nas leis. O homem explora, aprisiona, mata e liberta o próprio homem. O Direito é criado pelo homem e modificado por sua constante e evolutiva percepção sobre a sua sociedade, a partir de questionamentos sobre o que é justo, o que é bom e antagonicamente a este, o que é mal.

O mal na história da humanidade é algo que se mostra inerente e perene à natureza humana. Inquisição, holocausto e atualmente, o que considero de maior relevância, a dissuasão nuclear, partiram da racionalidade e ações do homem e unicamente deste. A natureza maligna do homem pode ser dita como característica intrínseca a sua existência.

O Direito, portanto, seria apenas um modo de proteger e assegurar aos homens algumas garantias contra a natureza do próprio homem. É um efeito colateral dos atos humanos. Pensar em um mundo sem regras, onde não existem normas, seria pensar em uma sociedade onde o homem não viveria sua plenitude, não viveria como homem, ou não seria sequer homem.

O filme “The invasion”, dirigido pelo diretor Oliver Hirschbiegel, aborda a maldade do homem de uma forma que induz o espectador a aceitar uma forma de dominação, uma vez que o homem não seria mais um ser capaz de realizar o mal, em contrapartida, não sentiria também qualquer emoção.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Um terrorista sequestra 20 pessoas em um shopping e as esconde dentro de uma sala. Nesta sala os reféns encontram-se amarrados à explosivos de grande capacidade destrutiva. Os agentes policiais recebendo o chamado prontamente se dirigem ao shopping. Ao chegar ao local estabelecem contato com o terrorista, que demanda várias exigências a serem cumpridas para a liberação dos reféns vivos, entretanto em nenhum momento conseguem ver quem está ao telefone. O comandante da operação dada a situação de grande perigo decide ordenar a invasão e acaba por prender um rapaz com as mesmas características que foram apresentadas na ligação anônima denunciando o delito, entretanto não encontram os reféns. Posteriormente a captura, começam então os policiais a perguntar ao rapaz aonde estavam os reféns. Nenhuma resposta é encontrada, uma vez que o rapaz recusava a dar as informações, sob a alegação de que não era o terrorista e portanto não sabia a localização do cativeiro. O comandante diante das alegações do jovem tenta estabelecer contato com o telefone, o qual antes o terrorista vinha utilizando, mas a ligação não é atendida. Tendo em vista o prazo estabelecido pelo terrorista, a situação começa a se agravar diante da iminente explosão caso não sejam encontrados os reféns. O Comandante nesse momento se depara com um dilema moral, filosófico e legal:

Deve torturar o rapaz em busca das informações abandonando assim o respeito à dignidade humana, sobrepondo o comunitarismo em face do liberalismo, ou até mesmo praticando um ato ilegal, que resultará na salvação de muitas outras vidas? O que você faria?

Em que momento um ser humano realizou o ato mais cruel?

Qual é o pior dos sete pecados capitais?

Qual sua opinião a respeito da legalização do uso de drogas?