sábado, 14 de novembro de 2009

O suicídio como mal da humanidade



Atitude secular, utilizada há vários anos por aqueles que desejam extinguir a própria vida por ato deliberado, o suicídio é encarado hoje como um dos grandes males da humanidade. Isso porque a angústia de viver, apesar de presente a muitos séculos, vem atingindo escalas cada vez maiores, principalmente em países desenvolvidos.

As reações ao suicídio, porém, variam de cultura para cultura e se ligam vários aspectos como a um elevado grau de desespero, sofrimento e perturbação emocional, sentimental e até mesmo como uma atitude que sela a honra, como por exemplo os suicídios de Adolf Hitler e Getúlio Vargas.

Na filosofia, esse tema é tratado sob vários aspectos e pontos de vista. Isso porque os próprios filósofos passam por inúmeros momentos de angústia e desespero, e muitos deles encerram a vida dessa maneira. O que se vê, porém, é que a grande maioria considera o suicídio um grande, senão o maior, problema filosófico. Já dizia o filósofo Albert Camus que “o suicídio é a grande questão filosófica de nosso tempo, decidir se a vida merece ou não ser vivida é responder a uma pergunta fundamental da filosofia.”

Platão acreditava que o suicídio se constitui numa injustiça praticada contra si mesmo, uma vez que se extingue com o único bem verdadeiramente certo que se possui, a vida. Essa idéia de bem verdadeiramente certo veio de Descartes, que afirmava que a vida sempre oferece mais bens do que males e que suicidar-se é fazer mal uso do livre arbítrio.

Interessante, também, se mostra o pensamento de alguns filósofos como Spinoza, que apesar de pregar que o suicídio não é um ato de virtude, uma vez que visa destruir a essência do homem, seu poder e sua tendência fundamental, acabou por suicidar-se, deixando evidente que o suicídio não é uma atitude daqueles que o enxergam como uma certo ou belo e sim como a única alternativa encontrada para escapar de uma situação considerada insuportável, ou seja, o suicida não vê alternativa senão aquela.

Segundo estudos realizados, os jovens são particularmente vítimas deste problema e ligam-se a esses números, principalmente, a perda de dignidade perante à sociedade ou um escândalo que venha a abalar a estrutura moral daquela pessoa perante os outros. Assim, atualmente, as maiores taxas de suicídio encontram-se em países cuja sociedade é baseada em condutas estritamente definidas e rigorosas. O Japão é o recordista nas taxas de suicídio, seguido pela Rússia.

Já o Brasil apresenta um das menores médias do mundo e o Código Penal Brasileiro, apesar de não punir o suicídio tentado (por acreditar ser um problema de saúde pública), pune o induzimento, instigação e auxílio ao suicídio, em seu art. 122. Assim, deixa claro o Estado de que sua posição é de combate a essa atitude. Segue essa tendência a grande maioria dos Estados, principalmente os ocidentais, e são motivados, mesmo que indiretamente pela idéia de Rousseau de que o suicídio é um roubo feito ao gênero humano, pois sempre fica uma boa ação por fazer uma vez que todo homem é útil à humanidade pelo simples fato de existir.

Um comentário:

Um terrorista sequestra 20 pessoas em um shopping e as esconde dentro de uma sala. Nesta sala os reféns encontram-se amarrados à explosivos de grande capacidade destrutiva. Os agentes policiais recebendo o chamado prontamente se dirigem ao shopping. Ao chegar ao local estabelecem contato com o terrorista, que demanda várias exigências a serem cumpridas para a liberação dos reféns vivos, entretanto em nenhum momento conseguem ver quem está ao telefone. O comandante da operação dada a situação de grande perigo decide ordenar a invasão e acaba por prender um rapaz com as mesmas características que foram apresentadas na ligação anônima denunciando o delito, entretanto não encontram os reféns. Posteriormente a captura, começam então os policiais a perguntar ao rapaz aonde estavam os reféns. Nenhuma resposta é encontrada, uma vez que o rapaz recusava a dar as informações, sob a alegação de que não era o terrorista e portanto não sabia a localização do cativeiro. O comandante diante das alegações do jovem tenta estabelecer contato com o telefone, o qual antes o terrorista vinha utilizando, mas a ligação não é atendida. Tendo em vista o prazo estabelecido pelo terrorista, a situação começa a se agravar diante da iminente explosão caso não sejam encontrados os reféns. O Comandante nesse momento se depara com um dilema moral, filosófico e legal:

Deve torturar o rapaz em busca das informações abandonando assim o respeito à dignidade humana, sobrepondo o comunitarismo em face do liberalismo, ou até mesmo praticando um ato ilegal, que resultará na salvação de muitas outras vidas? O que você faria?

Em que momento um ser humano realizou o ato mais cruel?

Qual é o pior dos sete pecados capitais?

Qual sua opinião a respeito da legalização do uso de drogas?