quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O totalitarismo como mal da humanidade

Hoje, falarei sobre o anti-semitismo e sua principal conseqüência, o holocausto, o qual teve repercussão e comoção do mundo inteiro. Essa questão é abordada no livro “As origens do totalitarismo” de Hannah Arendt e no filme a “lista de Schindler”. Farei um paralelo entre eles e com o direito.
No livro “Origens do totalitarismo”, de 1951, Hannah Arendt faz uma reflexão sobre os dias atuais, destruídos por guerras localizadas e com fervor nacionalista, contribuiu essencialmente para a compreensão do totalitarismo, tanto no caso soviético com a luta de classes, como no nazismo com a luta de raças. Hannah Arendt faz uma análise completa da organização totalitária, a sua implantação, a propaganda, o modo como manipula as massas e se apropria do Estado com vista à dominação total. Para a autora, compreender é o mesmo que enfrentar sem preconceitos a realidade, e resistir a ela, sem buscar esclarecimentos em antecedentes históricos.
No livro “Origens do Totalitarismo” são destinadas, as duas primeiras partes, para a discussão do anti-semitismo, como fenômeno político, e ao imperialismo, como fator principal da expansão do Estado-nação.
Enfatizaremos, contudo, a parte I intitulada “Anti-semitismo”. Em seu primeiro capítulo a autora relata que o preconceito contra os judeus é uma ofensa ao bom senso quando se afirma que o antisemistismo surgiu por acaso e como produto da loucura de poucos. Arendt afirma que o racismo contra os judeus foi criado e fundamentado na lógica de sistemas de dominação que necessitavam fazer diferenças étnicas e de classe para um atingir o processo de exclusão máximo e assim conseguir dominar grande parte da sociedade. No segundo capítulo verifica-se a relação dos judeus, Estado-Nação e o antisemistismo. Hannah nos mostra a evolução e decadência do povo judeu dentro do Estado-Nação - antes os cargos públicos, os financeiros, os de contabilidade eram destinados aos judeus e depois esse foram excluídos dos mesmos cargos. As raízes do antisemitismo são vastamente explicadas pela autora, desde 1807 com a derrota de da Prússia para Napoleão. O capítulo quatro aborda a relação dos judeus com a sociedade alemã, demonstrando o progresso da antipatia e humilhação por qual passaram os judeus, cooperando assim o antisemitismo. No quarto, e ultimo capitulo da parte I, Hannah expõe sobre o caso Dreyfus e suas manipulações e injustiças.
O filme “A lista de Schindler” narra à história real do empresário Oskar Schindler que com sua grande influência dentro do partido nazista consegue autorizações para comprar um fábrica na Polônia dominada pela Alemanha, em 1939. Oskar era um sujeito simpático, sedutor, oportunista e comerciante do mercado negro e membro do Partido Nazista. O personagem ao manter boas relações com altos funcionários nazistas, e até mesmo subornando alguns oficiais conseguiu recrutar trabalhadores judeus do gueto da Cracóvia, salvando-os dos campos de extermínio, por acreditar ser a mão-de-obra judia uma solução barata e viável para lucrar com negócios durante a guerra. Ao longo da história Oskar percebe que o ser humano é muito mais valioso que a fortuna almejada por ele. Num gesto humanitário o alemão desistiu de toda sua fortuna para salvar a vida de mais de mil judeus. Para isso Schindler empregava inocentes, idosos, mulheres, crianças e até mesmo homens que de outra forma morreriam nos campos do Holocausto.
O nazismo alemão foi marcado por um forte racismo antisemita, ao se basear na superioridade raça ariana, tendo por isso a necessidade dos alemães puros dominarem as raças inferiores, no caso, especialmente, os judeus. O judeu passou a ser considerado o grande mal que assolava a Alemanha
por ser identificado como o responsável pela primeira guerra mundial e pela grande depressão de 1929.
Ao analisar o filme “A lista de Schindler” e o livro “Origens do totalitarismo” percebe-se uma estreita relação: ambos tratam da questão do antisemitismo na Alemanha ao longo do governo ditador de Hitler, além de demonstrar os maus tratos, a humilhação e tortura pela qual passaram os judeus devido ao referido e de pré-conceitos da maioria da popolução.
O direito fundamenta-se, principalmente, no principio da dignidade da pessoa huamana e nos diereitos humanos. No entanto, observa-se que esses principios norteadores não foram considerados no governo totalitarista de Hittler, na Alemanha. Os judeus tiveram todos os seus direitos reprimidos e violentados. Essa situação é retratada, de uma maneira bem fiel à realidade, no filme uma vez que demonstra como viviam os judeus naquela época e como eles eram tratados.
Os direitos humanos foram conquistados com muito esforço e sua maior proteção nas Cosntituições ocorreu após as guerras mundiais e holocausto. Infelizmente, foram necessárias crueldades, que se espalharam pelo mundo inteiro, para o reconhecimento dos direitos humanos.
O direito fundado em garantias individuais e na liberdade foi ignorado, prevalecendo a ignorância da sociedade e a vontade de um ditador. Hoje, a valoração das garantias fundamentais e dos direitos humanos são a base para qualquer aplicação do direito. Hoje, o ato de supressão desses direitos coletivos e individuais não mais existe.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Um terrorista sequestra 20 pessoas em um shopping e as esconde dentro de uma sala. Nesta sala os reféns encontram-se amarrados à explosivos de grande capacidade destrutiva. Os agentes policiais recebendo o chamado prontamente se dirigem ao shopping. Ao chegar ao local estabelecem contato com o terrorista, que demanda várias exigências a serem cumpridas para a liberação dos reféns vivos, entretanto em nenhum momento conseguem ver quem está ao telefone. O comandante da operação dada a situação de grande perigo decide ordenar a invasão e acaba por prender um rapaz com as mesmas características que foram apresentadas na ligação anônima denunciando o delito, entretanto não encontram os reféns. Posteriormente a captura, começam então os policiais a perguntar ao rapaz aonde estavam os reféns. Nenhuma resposta é encontrada, uma vez que o rapaz recusava a dar as informações, sob a alegação de que não era o terrorista e portanto não sabia a localização do cativeiro. O comandante diante das alegações do jovem tenta estabelecer contato com o telefone, o qual antes o terrorista vinha utilizando, mas a ligação não é atendida. Tendo em vista o prazo estabelecido pelo terrorista, a situação começa a se agravar diante da iminente explosão caso não sejam encontrados os reféns. O Comandante nesse momento se depara com um dilema moral, filosófico e legal:

Deve torturar o rapaz em busca das informações abandonando assim o respeito à dignidade humana, sobrepondo o comunitarismo em face do liberalismo, ou até mesmo praticando um ato ilegal, que resultará na salvação de muitas outras vidas? O que você faria?

Em que momento um ser humano realizou o ato mais cruel?

Qual é o pior dos sete pecados capitais?

Qual sua opinião a respeito da legalização do uso de drogas?