Toda religião tem seu papel importante na humanidade. Muitas pessoas buscam refúgio e respostas a seus anseios em algo divino, superior. Cada religião possui líderes que professam sobre amor, caridade e benevolência. Entretanto, os homens não conseguem seguir os ensinamentos de seus líderes, não amam o próximo como a si mesmos.
Segundo Houaiss, religião é toda crença na existência de um ente supremo como causa, fim ou lei universal. Há quem afirme que a religião é fundamental para a formação da sociedade, para orientar as pessoas a seguirem o caminho do bem. Mas o que seria o bem? A religião é uma fonte dogmatizadora de condutas. Muitas vezes priva os homens de agiram conforme sua consciência pura para seguirem leis morais que lhes foram impostas. Ao nascermos já temos determinados o conceito de certo e errado, bem e mal, os 10 mandamentos a serem seguidos, os 7 pecados a serem repugnados. Com tudo isso pronto não paramos para pensar no que realmente acreditamos ou assentimos como certo e errado, bem e mal, mas seguimos o que nos é posto por puro comodismo e rotina, afinal, há tradições essas condutas pré-determinadas pelo “divino” são tidas como as que devem ser seguidas.
A Igreja Católica, por exemplo, impôs um regime intelectual brutal que incapacitava a mente e todo o esforço intelectual e científico. Durante o século XIV a religião se tornou monopólio da Igreja, elevando o clero humano à condição divina e forçando homens a um sistema desumano de celibato, advogando idéias e opiniões sem base na lógica e no senso comum.
A religião nada mais é do que uma maneira de explicar de facilmente tudo aquilo que, na verdade, é muito complexo. É muito mais fácil dizer que um ser todo poderoso criou tudo o que conhecemos em seis dias, apenas com palavras mágicas do que explicar cientificamente o Big Bang e milhões de anos de evolução. É muito mais cômodo dizer que as pessoas que se comportam bem neste planeta, ao morrer, vão para um lugar perfeito, e reencontrar todas as pessoas boas com quem conviveu aqui, do que encarar a morte, ou tentar entender o que realmente é a vida.
O problema maior não está na religião em si, mas como os homens a utilizam. A princípio, isso tudo nada mais seria do que uma maneira de preencher vidas vazias e explicar coisas até então inexplicáveis, o que não é de todo ruim, se alguém não tivesse descoberto que isso é uma ótima forma de ganhar dinheiro e poder.
Na Idade Média, quando a Igreja Católica atingiu seu potencial máximo, foi onde ela mais abusou de seu poder sobre as mentes mais fracas. Além da Inquisição, onde eram mortos e castigados todos os considerados hereges, com a disseminação do temor ao divino, houve também a venda de indulgências, a omissão de fatos e descobertas científicas, entre inúmeros outros crimes. Não precisamos ir tão longe: hoje, enquanto de milhares de crianças morrem de fome, o Vaticano pode comprar um país inteiro e a Igreja Universal continua extorquindo seus fiéis para construir palacetes. Tudo em nome de Deus.
Diversos dogmas, ritos e deuses são pregados. Porém, temos dificuldade em aceitar o diferente. Algumas pessoas insistem em pensar que as suas religiões são as únicas, absolutas, insolúveis e corretíssimas. É um erro o fato de colocar em um espaço circunscrito a um templo a salvação da alma. Dizer que só os homens que professam tal fé e que freqüentam tal templo, terão a salvação de suas almas é representação de fundamentalismo religioso.
Do ponto de vista teológico, o fundamentalismo é uma manifestação religiosa onde os praticantes de uma determinada crença promovem a compreensão literal de sua literatura sagrada. Daí surge a intolerância e com isso as guerras santas. Será justo matar e morrer em nome de Alá? Como convencer um homem-bomba que a morte de inocentes não é justa, se ele só está fazendo o que acha que seu Deus determina?
O crente priva tudo o que transcende de qualquer argumentação. É muito difícil questionar a fé das pessoas, nem é essa a intenção, mas devemos reaprender a pensar os verdadeiros conceitos do mundo metafísico. As religiões instituíram a crença em Deus. O que a humanidade necessita é o conhecimento de Deus.
“Temos bastante religião para odiar-nos uns aos outros, mas não o bastante para amarmos uns aos outros.”
(Johnathan Swift - 1700)
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