quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Inimigo oculto



Segundo a psicóloga e fundadora do Centro Psicológico de Controle do Stress (CPCS) Marilda Lipp, o stress pode ser definido como “O estado de tensão que causa uma ruptura no equilíbrio interno do organismo", assim, ele envolve um conjunto de manifestações fisiológicas, comportamentais e emocionais provocadas por situações que ameaçam a integridade física ou psíquica do indivíduo.
Dessa forma, além do transtorno individual há também conseqüências no âmbito das relações sociais e profissionais.
Contudo, deve-se levar em consideração que há níveis saudáveis de stress e que sua completa ausência acarretaria na própria morte do individuo, por exemplo, a sobrevivência de um animal estaria comprometida caso ele permanecesse apático diante do seu predador. O mesmo aconteceria com o ser humano se, diante de uma situação de perigo, o seu organismo não respondesse de maneira rápida e apropriada. Portanto, o stress “normal” é fundamental no que concerne à capacidade do organismo de se adaptar às diversas situações de desestabilidade externa (morte e nascimento, realização de um grande sonho, divórcio) e interna (crenças, valores, características pessoais, padrão de comportamento, vulnerabilidades).
É importante ressaltar que a necessidade de adaptação do ser humano diante de situações adversas não é novidade, porém nunca se vivenciou uma era em que essa capacidade fosse tão exigida e em lapsos temporais cada vez menores. Essas situações estão em toda a parte; mudanças importantes na tecnologia, na ciência, medicina, ambiente de trabalho, nas estruturas organizacionais, nos valores e costumes sociais, na filosofia e mesmo na religião colocam as pessoas, cada vez mais jovens, diante de fatores que propiciam a cronicidade do problema e de suas conseqüências.
Pesquisas mostram que, no Brasil, o stress ocupacional atinge aproximadamente 70% dos trabalhadores e, dentre eles, 30% estão na sua fase mais avançada (exaustão). Na esfera internacional o problema também se mostra bastante significativo, já que de 50% a 60% do absentismo nas empresas e instituições na União Européia são provocados por problemas relacionados com o Stress, afetando cerca de quarenta milhões de trabalhadores.
Freqüentemente, o ser humano responde aos fatores estressantes manifestando uma irritabilidade excessiva, sensação de incompetência, ansiedade e tensão muscular.
Sendo assim, pode-se notar que o stress também produz efeitos no âmbito jurídico, uma vez que, por afetar as relações de trabalho, faz-se necessária a tutela do Direito do Trabalho, por exemplo, é causa de faltas no serviço, pode gerar a necessidade de uma eventual licença saúde, pode diminuir a produção e, consequentemente a remuneração (caso de pessoas que recebem comissões), etc. Além disso, se verifica a relação entre stress e demais ramos do direito, haja vista que, não esporadicamente, há relatos de pessoas que perdem o controle e acabam agredindo e até mesmo matando outras por motivos aparentemente fúteis, como uma fechada no trânsito (Direito Penal). Pode ocorrer também a necessidade de ressarcimento por um eventual dano causado por um descontrole momentâneo motivado pelo stress (Direito Civil). Pode-se perceber que os exemplos são vastos, porque o stress afeta diretamente as relações humanas e o Direito possui justamente a finalidade de regulá-las.
Cientificamente falando, o stress se divide em quatro fases: alerta, resistência, quase-exaustão e exaustão. A primeira é considerada a fase “positiva” do stress. O organismo produz adrenalina, que deixa o indivíduo cheio de energia e vigor, libido alta, dificuldade de dormir, respiração mais ofegante que o normal e humor eufórico. Se a causa do stress é eliminada logo, a pessoa volta a seu equilíbrio normal sem nenhum problema. Já a segunda fase, se manifesta devido ao prolongamento dos fatores que desencadearam a primeira. Assim, a pessoa automaticamente tenta lidar com os seus estressores de modo a manter seu equilíbrio interno. Muitos dos sintomas da fase de alerta desaparecem, dando lugar a uma sensação de desgaste e cansaço. Dificuldade de memória é algo comum nesse estágio. A quase-exaustão é caracterizada pelo enfraquecimento do indivíduo, que não mais está conseguindo se adaptar ou resistir ao fator estressor. Neste período, o processo de adoecimento se inicia e os órgãos que possuírem maior vulnerabilidade genética ou adquirida passam a mostrar sinais de deterioração. Embora apresentando desgaste e outros sintomas, a pessoa ainda consegue trabalhar e atuar na sociedade. No último estágio, a pessoa pára de funcionar adequadamente e, na maioria das vezes, não consegue trabalhar ou se concentrar. Podem ocorrer doenças graves, como úlceras, psoríase, infarto, dentre outros. A depressão passa a fazer parte do quadro de sintomas.
Por tais características e conseqüências supracitadas, podemos dizer que a ansiedade, gerada pela resposta do organismo às situações de risco, funciona como uma mola propulsora do estresse. Sendo assim, alguns autores consideram a era moderna como a Idade da Ansiedade.
Para saber se você sofre desse mal moderno basta responder os questionários abaixo e avaliar os resultados:
Teste 1: Assinale quantas vezes você percebeu os sinais abaixo na última semana
1- Que a tensão muscular na nuca lhe incomodava que o pescoço estava rígido.
2- Tão irritado que teve o impulso de ser indelicado ou rude com as outras pessoas por causa de provocação
3- Que, emsmo se alimentando de modo adequado, o estômago ardia com acidez
4- Teve vontade de sumir de tudo
5- Lapsos de memória
6- Sensação de incompetência ou de que não conseguiria lidar com as exigências do presente
7- Cansaço de manhã como se o corpo estivesse "pedindo cama"
8- Que estava repetindo coisas que já dissera ou pensando repetidamente no mesmo assunto, sem desligar
9 - Sensação de ansiedade, um receio vago, uma inquietude interior
10-
Que estava trabalhando em um nível de competência abaixo do seu normal.
Resultado: Some o número de itens para os quais atribuiu freqüência 04 ou mais.
Se não assinalou nenhum: parabéns. Seu corpo está em pleno funcionamento.
Se assinalou de 1 a 3: a vida pode estar um pouco estressante para você. Avalie o que está exigindo demais de sua resistência. Pode ser o mundo lá fora, pode ser você mesmo. Fortaleça seu organismo.
Se assinalou de 4 a 8: seu nível de stress está alto. Considere uma mudança de estilo de vida. Avalie em que medida seu modo de ser pode estar contribuindo para a tensão que sente .
Se assinalou mais do que 8: seu nível de stress parece estar muito alto. Procure a ajuda de um psicólogo. Você tem fontes de stress a seu redor e também em seu interior (seu modo de pensar, de sentir, de ser). Aprenda a identificar o que são pequenas coisas e a não se preocupar demais com elas
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Teste 2: Você responde o mundo com raiva?
1- Você se irrita com facilidade?
2- Você se considera uma pessoal temperamental?
3- Fica incomodado (a) com a lerdeza dos outros?
4- Fica furioso (a) quando é criticado (a)?
5- Quando vive uma frustração, tem vontade de quebrar objetos?
6- Fica muito irritado(a) quando não recebe o reconhecimento que gostaria de ter?
7- Costuma dizer com freqüência "Eu fiquei com raiva" ou "Me deu uma raiva"?
8- Perde a compostura em público e dá escândalo?
9- Ao ficar nervoso(a) e aborrecido(a), diz coisas desagradáveis e xinga?
Resultado: 50% ou mais itens com 'sim' Se o seu nível de stress foi considerado preocupante procure uma ajuda especializada. Seus parentes e amigos agradecem!!

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Um terrorista sequestra 20 pessoas em um shopping e as esconde dentro de uma sala. Nesta sala os reféns encontram-se amarrados à explosivos de grande capacidade destrutiva. Os agentes policiais recebendo o chamado prontamente se dirigem ao shopping. Ao chegar ao local estabelecem contato com o terrorista, que demanda várias exigências a serem cumpridas para a liberação dos reféns vivos, entretanto em nenhum momento conseguem ver quem está ao telefone. O comandante da operação dada a situação de grande perigo decide ordenar a invasão e acaba por prender um rapaz com as mesmas características que foram apresentadas na ligação anônima denunciando o delito, entretanto não encontram os reféns. Posteriormente a captura, começam então os policiais a perguntar ao rapaz aonde estavam os reféns. Nenhuma resposta é encontrada, uma vez que o rapaz recusava a dar as informações, sob a alegação de que não era o terrorista e portanto não sabia a localização do cativeiro. O comandante diante das alegações do jovem tenta estabelecer contato com o telefone, o qual antes o terrorista vinha utilizando, mas a ligação não é atendida. Tendo em vista o prazo estabelecido pelo terrorista, a situação começa a se agravar diante da iminente explosão caso não sejam encontrados os reféns. O Comandante nesse momento se depara com um dilema moral, filosófico e legal:

Deve torturar o rapaz em busca das informações abandonando assim o respeito à dignidade humana, sobrepondo o comunitarismo em face do liberalismo, ou até mesmo praticando um ato ilegal, que resultará na salvação de muitas outras vidas? O que você faria?

Em que momento um ser humano realizou o ato mais cruel?

Qual é o pior dos sete pecados capitais?

Qual sua opinião a respeito da legalização do uso de drogas?