quarta-feira, 28 de outubro de 2009

OS CÓDIGOS MORAIS,OS DESVIOS E EXTREMOS DA SOCIEDADE



“O único padrão moral satisfatório é a harmonia”
Hegel

Existem muitos acontecimentos que em nossa sociedade são considerados como maus,o que nos faz lembrar de histórias assustadoras pelas quais viveu a humanidade,como referência à época de Adolf Hitler,Idi Amin,o suicídio em massa de Jonestown,entre tantas maldades.
A princípio, parece nos que o oposto de todo esse mal existente na humanidade, seria o conceito do bem .
Entretanto,o mal não é oposto do bem,pois não possuem a mesma natureza.O mal não possui existência própria, ele se apresenta com várias facetas em diferentes períodos da nossa sociedade,e evolue de acordo com o contexto social,político e econômico.
Os códigos morais, são produtos daquilo que cercam os indivíduos,de seu ambiente de convivência ,que assim os envolvem, são movidos por pressões de um líder ou de um grupo,que impõem sua ética de conquista e de poder .
Há em nossa sociedade pessoas que só agem de acordo com um código moral,e assim codificam os mesmos ideais,pensamentos e gestos de um mesmo grupo ,pois se identificam com este,mas,quando este código é desobedecido por algum de seus membros,a pessoa infratora se torna uma pessoa infeliz,isto envolve uma questão de consciência e de intenção de agir.
Para o Direito,a simples intenção do agente é importante,pois o que difere uma conduta dolosa de uma conduta culposa é exatamente a intenção do sujeito ativo no momento de cometer o delito."Diz-se crime doloso,quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo.Enquanto no crime culposo,quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia" Art.18 Código penal.
Oliver Thomson, nos relata sobre muitos crimes que surgiram em torno da ética.A ética nazista, era o desejo pelo renascimento nacionalista,o que passou a justificar a agressão,a humilhação e a perseguição do povo judeu ,o que levou ao cometimento dos crimes de tortura,genocídio até chegar ao holocausto.
Quando a moral atinge pontos extremos em um indivíduo ,nota-se a existência de sentimentos de superioridade em relação aos outros ,é o que evidencia-se nos crimes de discriminação racial,no anti-semitismo,no macartismo ,ou quando mulheres foram condenadas a serem queimadas vivas por si passarem por bruxas .
Também a ética da lealdade existente entre grupos , faz com que a morte de um deles seje considerado um ato de heroísmo,como no caso de Frank Guanberg,no massacre de 1929, que depois de catorze buracos de bala pelo corpo,disse que "ninguém atirou nele",e que era "honra entre ladrões".
Assim,o mal se mostra como um resultado,uma consequência.O resultado de um desvio,de ignorância,de uma atitude irrefletida .O mal também ocorre ,quando a verdade não é obtida,fazendo com que haja conclusões falsas da realidade.
Para a filósofa Marilena Chauí ,a verdade diz as coisas como são,enquanto a mentira faz exatamente o contrário,distorce a realidade.Chamamos uma pessoa de mentirosa porque ela tem intenção de falsear.Temos mentiras aceitáveis e outras inaceitáveis.Quando assistimos um filme ou uma novela ,não são mentiras?Sim ,mas são aceitáveis.Ao distinguir entre uma e outra Marelena Chauí não está simplesmemte se referindo apenas ao conhecimento ou desconhecimento da realidade,mas também ao caráter da pessoa ,ao respeito em relação aos outros.
A história da humanidade nos revela que determinados códigos morais existentes na sociedade moderna ,são ciladas pelos quais os indivíduos muitas vezes se agarram para justificar seus fracassos,seus medos,tornando as pessoas elitistas,intolerantes,egoístas,competitivas e violentas quando na defesa de seus ideais.

O ideal é buscar o "meio-termo",segundo Aristóteles.
"A razão determina o meio-termo,a justa medida entre dois excessos pela evidência de que todo excesso é característico da deficiência moral".

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Um terrorista sequestra 20 pessoas em um shopping e as esconde dentro de uma sala. Nesta sala os reféns encontram-se amarrados à explosivos de grande capacidade destrutiva. Os agentes policiais recebendo o chamado prontamente se dirigem ao shopping. Ao chegar ao local estabelecem contato com o terrorista, que demanda várias exigências a serem cumpridas para a liberação dos reféns vivos, entretanto em nenhum momento conseguem ver quem está ao telefone. O comandante da operação dada a situação de grande perigo decide ordenar a invasão e acaba por prender um rapaz com as mesmas características que foram apresentadas na ligação anônima denunciando o delito, entretanto não encontram os reféns. Posteriormente a captura, começam então os policiais a perguntar ao rapaz aonde estavam os reféns. Nenhuma resposta é encontrada, uma vez que o rapaz recusava a dar as informações, sob a alegação de que não era o terrorista e portanto não sabia a localização do cativeiro. O comandante diante das alegações do jovem tenta estabelecer contato com o telefone, o qual antes o terrorista vinha utilizando, mas a ligação não é atendida. Tendo em vista o prazo estabelecido pelo terrorista, a situação começa a se agravar diante da iminente explosão caso não sejam encontrados os reféns. O Comandante nesse momento se depara com um dilema moral, filosófico e legal:

Deve torturar o rapaz em busca das informações abandonando assim o respeito à dignidade humana, sobrepondo o comunitarismo em face do liberalismo, ou até mesmo praticando um ato ilegal, que resultará na salvação de muitas outras vidas? O que você faria?

Em que momento um ser humano realizou o ato mais cruel?

Qual é o pior dos sete pecados capitais?

Qual sua opinião a respeito da legalização do uso de drogas?