sábado, 10 de outubro de 2009

O outro lado da gula: a bulimia

Comer e beber é essencial não só para a saúde humana, já que o homem precisa se alimentar para sobreviver, mas também para a sua alegria, na medida em que é um prazer. Na antiguidade, as pessoas se reuniam para comer e celebrar, essa situação é até mesmo retratada no livro O Banquete, de Platão, contexto em que é feita uma série de discursos sobre a natureza e as qualidades do amor. Além disso, Sócrates era um bebedor de renome, conhecido por permanecer sóbrio mesmo quando todos os outros já estavam completamente embriagados, o que era possível porque o filósofo afirmava conhecer seus limites e nunca ultrapassá-los, podendo ser considerado como personificação da virtude da temperança, que se opõe à gula.

A gula, que pode ser caracterizada pela busca inconstante e incontrolável de prazer no beber e no comer, começou a ser encarada como preocupação social apenas a partir do século VI e sua fama como pecado foi imposta pelo Papa Gregório Magno; combatia-se o culto aos prazeres da boa mesa para evitar a fome em massa e o paganismo.

Hoje o objetivo é mostrar um outro lado desse pecado capital: a bulimia. Nos casos de bulimia nervosa, a gula é levada ao extremo; a pessoa tem episódios freqüentes de ingestão alimentar compulsiva e, logo depois, a falta de controle sobre o comportamento de comer faz com que o indivíduo se sinta culpado e, para compensar o exagero, faça longos períodos de jejum, induza vômitos, use laxantes, diuréticos e pratique exercícios físicos de forma excessiva.

Freud, criador da psicanálise, concluiu que a vontade de comer e o desejo por sexo são controlados pelo mesmo comando cerebral; o impulso nervoso que ativa a fome seria o mesmo que desperta a libido. Entretanto, a sociedade vem impondo padrões de beleza cada dia mais difíceis de serem alcançados por meio de uma alimentação saudável e balanceada. Na busca pelo corpo ideal, homens e mulheres recorrem a métodos cada vez mais extremos e perigosos para a sua saúde, que podem até mesmo levar a morte. Na sociedade contemporânea, comer deixou de ser um prazer, se tornando uma simples necessidade corporal que, para alguns, deveria até mesmo ser dispensável.



Mas não será que o pior pecado é a Luxúria?


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Um terrorista sequestra 20 pessoas em um shopping e as esconde dentro de uma sala. Nesta sala os reféns encontram-se amarrados à explosivos de grande capacidade destrutiva. Os agentes policiais recebendo o chamado prontamente se dirigem ao shopping. Ao chegar ao local estabelecem contato com o terrorista, que demanda várias exigências a serem cumpridas para a liberação dos reféns vivos, entretanto em nenhum momento conseguem ver quem está ao telefone. O comandante da operação dada a situação de grande perigo decide ordenar a invasão e acaba por prender um rapaz com as mesmas características que foram apresentadas na ligação anônima denunciando o delito, entretanto não encontram os reféns. Posteriormente a captura, começam então os policiais a perguntar ao rapaz aonde estavam os reféns. Nenhuma resposta é encontrada, uma vez que o rapaz recusava a dar as informações, sob a alegação de que não era o terrorista e portanto não sabia a localização do cativeiro. O comandante diante das alegações do jovem tenta estabelecer contato com o telefone, o qual antes o terrorista vinha utilizando, mas a ligação não é atendida. Tendo em vista o prazo estabelecido pelo terrorista, a situação começa a se agravar diante da iminente explosão caso não sejam encontrados os reféns. O Comandante nesse momento se depara com um dilema moral, filosófico e legal:

Deve torturar o rapaz em busca das informações abandonando assim o respeito à dignidade humana, sobrepondo o comunitarismo em face do liberalismo, ou até mesmo praticando um ato ilegal, que resultará na salvação de muitas outras vidas? O que você faria?

Em que momento um ser humano realizou o ato mais cruel?

Qual é o pior dos sete pecados capitais?

Qual sua opinião a respeito da legalização do uso de drogas?