Natural de Genebra, Rousseau não conheceu a mãe, que morreu em seu parto.Influenciado por seu pai, que o criou, aprendeu a ler muito cedo, tendo sido aluno do professor Lambercier, de rígida disciplina moral e religiosa. Durante uma de suas saídas na adolescência, quando tentava voltar para sua cidade natal, encontrou os portões fechados, razão pela qual decidiu ser um viajante. Passou, então, por algumas cidades até chegar a Paris. Devido aos estudos feitos em música e filosofia, começa a ganhar destaque na cidade francesa, participando de jantares e discussões filosóficas frequentadas pela alta sociedade local.
Após breve elucidação sobre a vida do filósofo de origem suíça, passamos à discussão do mal em sua obra. Primeiramente, ressalta-se que o grande fator que chama a atenção do presente estudo não é que o autor se caracteriza como o único em seu tempo a discutir o problema do mal, e sim por ser aquele que modificou a visão da sociedade, propiciando um giro copernicano em relação à visão da igreja, que associava o mal à imagem do demônio ou do pecado. Não se pode negar que Rousseau comunga dessas ideias, mas podemos dizer, entretanto, que ele é o primeiro a relacionar o mal aos sentimentos individuais do ser humano. Para melhor expressar sua teoria, são criados dois personagens: Rousseau e Jean-Jaques (note-se aqui a dualidade do pensamento rousseauniano). Rousseau é o homem da sociedade, natural, enquanto Jean-Jaques é o outro eu sofredor, do qual Rousseau é o juiz.
Entretanto, como já explicitado no título do texto, o objetivo central do mesmo é demonstrar como Rousseau explicava a origem do mal. Para o filósofo: "a primeira fonte do mal é a desigualdade" (Carta ao rei da Polônia, 1751). A afirmação também pode ser comprovada através do seguinte trecho: “o homem nasce livre, e em toda parte é posto a ferros. Quem se julga o senhor dos outros não deixa de ser tão escravo quanto ele.” Observamos, então, que o filósofo em questão representou grande cisão com os valores tidos como corretos à época, sendo condenado por diversas vezes, passando a viver em grandes aventuras e perseguições. Acabou por morrer no castelo de Ermenonville. Certamente, Rousseau pode ser considerado alguém que acreditava na bondade natural do ser humano, que era desvirtuado pela sociedade.
Por fim, faz-se aqui uma conexão com o texto do colega Alberto Serrano. Obviamente, a imagem do criminoso é criada pela sociedade. Entretanto, acredito que a visão rousseauniana se aplica a todo o contexto abordado em sua postagem. A sociedade cria o criminoso através da desigualdade (ou será que realmente acreditamos que o pobre aceitaria, de forma pacífica, ver diversas pessoas utilizando a tecnologia de ponta existente no mundo atual, sem tentar, de uma forma ou de outra, adquiri-la?) e acaba por discriminá-lo, prendê-lo, exclui-lo. Não se defende aqui a impunidade, mas a aplicação dos princípios positivados na celebrada Constituição Federal de 1988.
It's evolution.
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