sábado, 17 de outubro de 2009

Poder e Violência

Para Hannah Arendt, as bases fundamentais do poder residem no consenso da maioria. Independentemente dos meios, o poder corresponde à habilidade humana não apenas para agir, mas para agir em concerto. O poder, portanto não é definido como um meio, mas sim como uma condição, uma propriedade coletiva de um grupo e nunca de um indivíduo, existindo apenas enquanto o grupo conserva-se unido.
Enquanto a forma extrema de violencia é um contra todos o poder é de todos contra um, pois é da natureza de um grupo e do seu poder voltar-se contra a independência, a propriedade de vigor individual.
Hannah diz ser errada a perspectiva de que a violência é um pré-requisito do poder. É o poder, nada mais do que uma fachada, a luva de pelica que ou esconde a mão de ferro, ou mostrará ser um tigre de papel. Mesmo na dominação mais despótica, o poder tem uma ascendência fundamental sobre a violência, pois homens sozinhos, sem outros para apoiá-los, nunca tiveram poder suficiente para usar da violência com sucesso. Ao contrário, é só na dominação totalitária que o poder deixa de ser fator primário.
Assim todo aquele que, por algum motivo, se isola e não participa da convivência humana, renuncia ao poder e se torna impotente, por maior que seja sua força e, por mais válidas que sejam suas razões.A geração do poder não é um trabalho, mas a conseqüência da ação conjunta dos homens, a qual propicia pelo discurso, a revelação de cada indivíduo em sua específica singularidade.
A não-violência proporciona o encontro dos homens pela palavra. E é necessária, pois na atividade humana da ação, não visar atingir determinado fim, mas a descoberta de uma meta comum que sirva como elemento aglutinador. Quando a palavra é usada tão-somente para atingir um fim específico, ela perde sua característica de revelação.
A não-violência é o motor essencial para a geração do poder advindo do agir conjunto. O poder para ser gerado exige a convivência, pois a violência significa a exclusão da interação /cooperação com os outros.
Desta forma, não é a violência, mas o poder a essência de todo governo.
Assim sendo podemos chegar a conclusão então que estamos extremamente submetidos principalmente ao poder político. O poder político é a possibilidade efetiva que tem o Estado de obrigar os indivíduos a fazer ou não fazer algo. Nas democracias é essencialmente a vontade da maioria através dos governantes
Claro que infelizmente muitos individuos acabam tirando proveito do poder que lhes é conferido procurando nela uma forma de levar vantagens e se beneficiar. Alguns políticos atualmente representam grupos ideológicos e interesses particulares e os cidadãos estão cada vez mais descrentes das instituição governamentais.
No entanto, apesar disto, precisamos da classe política. Não tem como governar um País sem ela. Precisamos ter pessoas que possam administrar, manter a ordem, promover a igualdade social, garantindo a segurança e regulamentando normas que visem o bem comum.Percebe-se assim que o poder acaba sendo um mal necessário na sociedade.

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Um terrorista sequestra 20 pessoas em um shopping e as esconde dentro de uma sala. Nesta sala os reféns encontram-se amarrados à explosivos de grande capacidade destrutiva. Os agentes policiais recebendo o chamado prontamente se dirigem ao shopping. Ao chegar ao local estabelecem contato com o terrorista, que demanda várias exigências a serem cumpridas para a liberação dos reféns vivos, entretanto em nenhum momento conseguem ver quem está ao telefone. O comandante da operação dada a situação de grande perigo decide ordenar a invasão e acaba por prender um rapaz com as mesmas características que foram apresentadas na ligação anônima denunciando o delito, entretanto não encontram os reféns. Posteriormente a captura, começam então os policiais a perguntar ao rapaz aonde estavam os reféns. Nenhuma resposta é encontrada, uma vez que o rapaz recusava a dar as informações, sob a alegação de que não era o terrorista e portanto não sabia a localização do cativeiro. O comandante diante das alegações do jovem tenta estabelecer contato com o telefone, o qual antes o terrorista vinha utilizando, mas a ligação não é atendida. Tendo em vista o prazo estabelecido pelo terrorista, a situação começa a se agravar diante da iminente explosão caso não sejam encontrados os reféns. O Comandante nesse momento se depara com um dilema moral, filosófico e legal:

Deve torturar o rapaz em busca das informações abandonando assim o respeito à dignidade humana, sobrepondo o comunitarismo em face do liberalismo, ou até mesmo praticando um ato ilegal, que resultará na salvação de muitas outras vidas? O que você faria?

Em que momento um ser humano realizou o ato mais cruel?

Qual é o pior dos sete pecados capitais?

Qual sua opinião a respeito da legalização do uso de drogas?